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Suporte técnico

28 Abr

Tosquia da lã

A tosquia consiste em cortar rente à pele a lã dos animais. É um trabalho de grande importância pois, se é bem feito, contribui muito para a valorização de lã, mas, se é mal feito, pode estragar um produto que demorou um ano a criar.

A época do ano em que tem lugar a tosquia varia com as condições climatéricas, pois não convém descobrir o animal cedo de mais nem deixá-lo suportar o calor com o peso do velo.

Em Portugal, decorre nos meses de Abril e Maio, estendendo-se para mais tarde, princípios de Junho, nas Beiras e Trás-os-Montes. A operação de tosquia é feita por homens muito experientes denominados tosquiadores.

A tosquia deve fazer-se em recintos apropriados que possuam mesas desbordadoras, depósitos para os velos e prensas de enfardamento. Há tesouras de tosquia manuais e tosquiadeiras mecânicas de comando manual e eléctrico. Para se efectuar a tosquia, os animais devem ser abrigados da chuva desde a véspera, porque a tosquia com a lã molhada é difícil de executar. O tosquiador deve ainda separar antes do início da tosquia, as marcas de tinta que é costume aplicar nas ovelhas a fim de as identificar. Tira-se numa só peça o velo e seguidamente tiram-se todas as outras partes que não devem ficar junto do velo, ou seja: a cabeça, a barriga, a cauda e madeixas queimadas pela urina.

ROTULAGEM:

LÃ: A etiquetagem dos produtos de lã, define a lã como a fibra de ovinos, de Angora ou cabras Cashmere, camelos, alpacas, lhamas e vicunhas. Apenas os produtos que contenham a lã destes animais devem cumprir os termos dos produtos de lã de etiquetagem.

PRODUTOS: A lei de rotulagem dos produtos de lã aplica-se a praticamente todos os produtos de consumo que contenham qualquer quantidade de lã. A lei de etiquetagem dos produtos têxteis dispensa muitos itens de requisitos gerais de rotulagem têxteis, no entanto, se esses produtos isentos de outra forma contem qualquer porção de lã, devem ser rotulados com a lei de etiquetagem dos produtos de lã. Fibra de lã que foi previamente utilizado deve ser rotulada como reciclada.

TEOR DA FIBRA: Produtos de lã, como produtos têxteis, devem ser claramente marcados revelando o teor de fibra por percentagem da fibra contida em cada item. Enquanto outros produtos não precisam divulgar as fibras que constituem menos de 5 por cento de conteúdo de um item, mas todo o conteúdo de lã deve ser divulgado, mesmo que seja menos de 5 por cento. Os fabricantes podem etiquetar os produtos que são compostas de lãs de 100 por cento como “100% lã” ou “All Lã”.

LÃ DE OVINOS:

Objetos só de lã ou com parte, de caxemira ou lã, podem ser rotulado como “lã” ou pela designação específica, como camelo, caxemira, ou alpaca. No entanto, se o produto não é 100 por cento caxemira ou fibra de lã, o rótulo deve especificar qual parte é a lã de ovelha e qual parte é a fibra de lã de outro animal. A maioria dos fabricantes optam por identificar claramente a caxemira ou fibra específica diferente ao invés de simplesmente rotular a roupa como “lã”, porque essas fibras têm valor de mercado significativo acrescentado. A fibra de outros animais pode ser incluída no rótulo, se designado como “cabelo” como “cabelo do coelho angorá.”

TEXTO DO RÓTULO:

Todo o texto tem um rótulo de etiquetagem. Os produtos de lã devem ser claramente legíveis, e deve ser o mesmo tamanho e tipo. O fabricante não pode, por exemplo, colocar a palavra “camelo” em letras maiúsculas grandes e em seguida, listar outros conteúdos, tais como lã ou nylon, em letras muito menores. Cada tipo de fibra deve ser listado no tipo e tamanho igual, juntamente com seu percentual de conteúdo total.

PAÍS DE ORIGEM:

A lei de etiquetagem dos produtos de lã exige que os artigos de lã devem identificar o país de origem, bem como conteúdo de fibras. Apenas os produtos que são totalmente fabricados nos Estados Unidos podem incluir o “Made in EUA” no rótulo.

LOCALIZAÇÃO DA ETIQUETA:

Roupas de lã com pescoço, tais como camisolas, vestidos e revestimentos, devem incluir informação do país de origem numa etiqueta perto do centro da peça de vestuário do pescoço, e informações no teor de fibra, quer no pescoço ou em outro local conspícuo como em uma costura lateral. Todos os outros itens, como cobertores e saias, devem ter a etiqueta em um local visível. Outras informações tais como instruções de cuidados também podem ser incluídas na mesma etiqueta. O rótulo não precisa ser permanentemente afixado, mas não deve sair ou manchar facilmente antes de chegar ao consumidor, que é livre para removê-lo se desejar. Meias não precisam de ter uma etiqueta cosida se o pacote em que eles são vendidos é claramente marcado com a informação de rotulagem.

mais informação: http://www.ehow.com/about_5453048_wool-products-labeling-act.html

O velo e suas principais características

28 Abr

O velo é o conjunto da lã que cobre o corpo do ovino, no todo ou em parte. Dá-se a mesma designação à totalidade da lã que se obtém da tosquia de cada animal. Nos ovinos de certas raças, o velo cobre o corpo desde o focinho até às unhas, ao contrário do que acontece com os de outras raças que não têm lã na barriga, na cabeça e noutras regiões do corpo.

 Classificação dos velos 

Nos vários países produtores, a classificação dos velos pode ser feita pelo próprio produtor ou pelo agente de vendas. A classificação tem importância evidente na valorização dos velos, que são estendidos sobre uma mesa de classificação e apreciados de acordo coma finura aparente da lã, seu comprimento, rendimento presumível, ondulação, toque, cor e aspecto geral do velo. Como a lã das diferentes partes do velo não tem toda o mesmo valor, é costume fazer-se, nas fábricas, a seguinte separação que corresponde às regiões do corpo do ovino: 1º – Lã da espádua; 2º – Lã dos costados, flancos e braços; 3º- Lã do dorso e barrigas; 4º – Lã da cernelha, pescoço e coxas; 5º – Lã das abas da barriga, da cabeça, da barbela, dos cabos e do rabo.

Características mais importantes do velo: 

Homogeneidade ou uniformidade: um velo homogéneo ou uniforme tem a lã das suas várias regiões bastante igual. Por conseguinte, é tanto mais homogéneo quanto menor é a diferença de finura e de comprimento entre as fibras da sua lã. Os ovinos das raças mais apuradas são os que têm velos de lã mais igual.

Densidade ou tochado: um velo é tanto mais tochado ou apertado quanto mais fibras tem por centímetro quadrado. O tochado aprecia-se pela dificuldade de penetrar a mão no velo e de comprimir as suas madeixas.

Rendimento em lavado: É a relação entre o peso de uma lã em sujo e o peso da mesma lã depois de lavada e limpa. Se uma arroba (15 quilos) de lã em sujo der em lavado sete quilos e meio, perdeu metade do peso, e portanto teve de rendimento a outra metade, ou seja, os outros sete quilos e meio. A quebra de peso que a lã tem na passagem de sujo para lavado não é sempre a mesma. Essa quebra é tanto maior quanto mais suarda, terra, pó, areia, esterco, palhas, cardos, água e outras impurezas tiver a lã.

Tosquia da lã: A tosquia consiste em cortar rente à pele a lã dos animais. É um trabalho de grande importância pois, se é bem feito, contribui muito para a valorização de lã, mas, se é mal feito, pode estragar um produto que demorou um ano a criar. A época do ano em que tem lugar a tosquia varia com as condições climatéricas, pois não convém descobrir o animal cedo de mais nem deixá-lo suportar o calor com o peso do velo. Em Portugal, decorre nos meses de Abril e Maio, estendendo-se para mais tarde, princípios de Junho, nas Beiras e Terra Fria (Trás-os-Montes). A operação de tosquia é feita por homens muito experientes denominados tosquiadores. A tosquia deve fazer-se em recintos apropriados que possuam mesas desbordadoras, depósitos para os velos e prensas de enfardamento. Há tesouras de tosquia manuais e tosquiadeiras mecânicas de comando manual e elétrico. Para se efetuar a tosquia, os animais devem ser abrigados da chuva desde a véspera, porque a tosquia com a lã molhada é difícil de executar. O tosquiador deve ainda separar antes do início da tosquia, as marcas de tinta que é costume aplicar nas ovelhas a fim de as identificar. Tira-se numa só peça o velo e seguidamente tiram-se todas as outras partes que não devem ficar junto do velo, ou seja: a cabeça, a barriga, a cauda e madeixas queimadas pela urina.

A lã e suas principais características: 

A lã é a fibra animal que constitui a cobertura protetora externa dos ovinos. Assim, a lã ajuda a conservar a temperatura do corpo e, juntamente com o ar que está entre assuas fibras não deixa arrefecer a pele. A fibra lanar é formada de raiz e haste ou coluna. A raiz é a parte encravada na pele (folículo piloso). A haste é a parte que cresce acima da pele. É arredondada e termina em ponta na lã da primeira tosquia (lã de borrego), mas é romba na lã das tosquias seguintes. A haste não é lisa, mas sim ligeiramente rugosa, porque é revestida de escamas dispostas como as telhas de um telhado. Do lado de dentro, a haste é oca e percorrida pelo canal medular, que pode estar cheio de ar ou de uma substância de cor escura que se chama medula. A fibra de lã é envolvida por uma substância chamada suarda, que lhe dá macieza e a protege contra a chuva, o vento, a terra e o atrito. Na pele, onde cresce a fibra da lã, há uns pequenos buracos chamados poros por onde saem o sugo ou suor, produzido pelas glândulas sudoríferas, e a gordura da lã, produzida pelas glândulas sebáceas. O sugo e a gordura, juntos, formam a suarda. Na zona da raiz, as células são moles e só junto da pele se dá a oxidação e endurecimento pelo fenómeno da ceratinização, que torna as células duras e resistentes.

Componentes fundamentais da fibra de lã: 

 Morfologia: A fibra de lã consta de três partes perfeitamente diferenciadas, com distintas propriedades:  a)- Cutícula b)- Cortex c)- Medula

A cutícula está formada pelas escamas características que envolvem a fibra e estão dispostas como as escamas de um peixe ou as telhas de um telhado. A cutícula protege a fibra dos agentes exteriores e a sua parte externa ou epicutícula é muito resistente ao ataque químico. O Córtex é a parte principal da fibra de lã, ocupando aproximadamente, 90% do total da mesma e dele dependem a maioria das suas propriedades: resistência, elasticidade, propriedades tintoriais, etc. A medula é um canal central que se apresenta em certos tipos de lãs e está formada por células medulares de diferente natureza que as do cortex, apresentando-se em geral em lãs médias ou grossas. A presença das fibras meduladas numa lã cria problemas de tingimento.

Finura: É a espessura da fibra da lã. O fio fabricado de qualquer quantidade de lã tem tantos mais metros quanto mais fina for a lã. Por isso, a lã fina é de maior valor. A determinação do diâmetro médio das fibras pode fazer-se pelo microscópio ou pelo Air-Flow. O diâmetro das fibras de lã varia grandemente, até dentro do mesmo velo. Estas variações são causadas em parte pelas alterações fisiológicas nos animais devido à nutrição, gestação ou doenças. O comportamento técnico da fibra depende grandemente da sua finura. Com efeito, o título do fio, que se pretende obter depende da finura das fibras que lhe dão origem. O diâmetro da fibra de lã expressa-se em micrómetros ou mícrons.

Comprimento: Na fibra de lã temos de considerar o comprimento aparente ou seja, o comprimento em perda do seu ondulado natural e o comprimento real, isto é, depois da fibra esticada. Ao falarmos no comprimento de uma lã referimo-nos sempre ao real. Para uma lã em rama é sempre muito difícil achar o seu verdadeiro comprimento. O aparelho de Baer pode dar-nos o diagrama de uma lã penteada. O comprimento das fibras de lã e a sua finura estão na razão direta, de um modo geral o maior comprimento corresponde ao maior diâmetro. Quanto mais fina for a fibra em igualdade de comprimentos, maior é o seu valor têxtil. O apreço em que se têm certas lãs merinas (australianas em especial), deve-se a dizerem-lhes respeito além de boas características de uniformidade, cor e rendimento, elevados comprimentos. É costume classificar as lãs, em lãs para carda quando o seu comprimento vai até cerca de 4 cm, e lãs para pentear quando o seu comprimento está compreendido entre 4 e 60 cm.

Cor e brilho: A cor da fibra de lã pode variar do branco quase puro até ao amarelo, mas o mais frequente é que se apresente num tom marfim após a sua limpeza. Antes do seu processo industrial, algumas lãs devem branquear-se por processos químicos enquanto outras primitivamente brancas ou quase brancas, devido a alterações sofridas durante a armazenagem ou processo de fabricação, requerem o branqueamento no decurso do processo de fabrico. Em geral, o amarelecimento da lã é indício da degradação da mesma, pelo que se devem tomar todas as precauções possíveis para evitar este defeito sob pena de se desvalorizar a matéria-prima. Assim, a armazenagem de lãs prensadas e em sujo, devido à alcalinidade presente, pode originar o aumento da cor amarela, com a consequente degradação e perda de resistência, tacto, afinidade tintorial, etc. A fibra de lã é mais ou menos brilhante segundo a estrutura escamosa externa. Poderemos dizer que as lãs finas e muito frisadas serão pouco brilhantes enquanto que as grossas pouco frisadas e com escamas aplanadas serão muito mais brilhantes.

Caráter Anfotérico da lã: Em química, designa-se por substâncias anfotéricas aquelas que podem comportar-se como ácidos ou como bases segundo as condições em que se tratam. A fibra de lã pode ter grupos ácidos (COOH) e também grupos básicos (NH2) na sua molécula. Poderá comportar-se como ácido se a pusermos em condições em que fiquem bloqueados e incapazes de reagir os grupos de caráter básico. Pelo contrário, se conseguirmos inibir a ação dos ácidos, deixaremos livres os grupos básicos para atuarem como bases.

Frisado (ondulação): As fibras de lã apresentam uma certa ondulação natural que varia com as raças do animal, com o habitat, etc…A qualidade de uma lã está relacionada com a respectiva ondulação. Em geral, as lãs mais finas são as mais onduladas. A regularidade do número de ondulações por cm implica regularidade no crescimento da fibra. As lãs merinas são mais frisadas do que as lãs cruzadas. O ondulado da fibra contribui para o seu toque “cheio” e para o seu comportamento na transformação fabril, daí que, na fabricação das fibras sintéticas é hábito imprimir-se-lhes um certo frisado a fim de imitar o ondulado natural da fibra de lã.

Resistência à rotura: A fibra de lã possui uma resistência não muito elevada. Contudo é suficiente para as aplicações a que se destina compensando este valor não muito elevado com uma preciosa propriedade que é a sua elasticidade.

Elasticidade: Dizemos que um corpo é elástico quando tem a capacidade de voltar ao comprimento inicial após ser estirado; não devemos confundir esta propriedade com a que possibilita que um corpo possa estirar-se sem se romper. A capacidade de extensão que possui a fibra de lã ao ser submetida a uma carga e a sua aptidão para recuperar o estado inicial uma vez que cesse a carga, é de grande interesse uma vez que ao longo do seu processo de fabricação está submetida a fortes tracções que envolve numa determinada estiragem quer esteja na forma de mecha, fibra ou fio. Se possuísse esta propriedade de recuperação tais operações tornar-se-iam difíceis e os seus resultados tornar-se-iam inadequados. As propriedades elásticas dos tecidos não são mais que a tradução das fibras que os compõem.

Feltragem: Quando a lã forma um conjunto compacto com as fibras aderidas entre si, originando um todo fechado, embora poroso, em que as fibras se agrupam de uma forma consolidada umas contra as outras, dizemos que a lã feltrou. A Feltragem é uma característica típica e única da lã, visto que só esta fibra a possui naturalmente. A feltragem é uma forma de encolhimento irreversível, isto é, que não pode ser recuperado por esticamento. A feltragem é uma propriedade importante para a fabricação de feltros de lã, de flanelas de lã, e usada sob controlo é indispensável como elemento de ligação no acabamento dos tecidos de lã. A operação de acabamento chama-se “batanagem”, pois é feita em máquinas de rolos chamados “batanos”, onde o controlo dos encolhimentos pode ser feito com bastante rigor.

Feltragem/Batanagem: Para realizar a batanagem são indispensáveis três fatores :

-Calor;

-Umidade;

-Compressão

Para obter o emaranhamento é necessário calor, o qual se produz por fricção entre o tecido e os órgãos da máquina ou então, se necessário, pode aquecer-se com vapor indireto. A temperatura ótima para a feltragem é de 40 a 45ºC e a umidade do tecido deve situar-se entre 80 a 100% relativamente à massa seca do material. A velocidade de batanagem pode ser alterada por um excesso ou defeito de umidade podendo, contudo, dar lugar a defeitos. A compressão exerce a sua influência, pois que quanto mais elevada maior será a velocidade de batanagem. Além destes fatores imprescindíveis na feltragem, existem outros que condicionam o processo e que são o pH do banho, produtos utilizados, máquina, tipo de lã, características de construção dos fios e tecidos, operações a que o tecido fora previamente submetido, etc.

Recuperação de humidade: A lã é a fibra mais higroscópica que se conhece, podendo absorver maior quantidade de água que as restantes fibras naturais e artificiais. As características higroscópicas da lã contribuem para a sua excelência como fibra de artigos de vestuário e para o seu comportamento na técnica da transformação.

Propriedades elétricas: A lã é má condutora da eletricidade e portanto carrega-se de cargas elétricas durante o seu processamento. Contudo, é possível torná-la mais ou menos boa condutora, por aumento da humidade do ambiente, visto ser uma fibra higroscópica.

Condutividade térmica: A lã ao absorver humidade liberta calor. Assim, quando uma pessoa veste um artigo de lã, ao passar de um ambiente quente e seco para outro frio e húmido, o calor libertado pela lã impede uma transição brusca. Por outro lado, os artigos de lã não aderem ao corpo, como as outras fibras humedecidas pela transpiração. São estas qualidades e outras que fazem com que a lã seja considerada de alta qualidade como artigo de vestuário.

mais informações: http://pt.scribd.com/doc/55255135/57/Propriedades-e-caracteristicas-da-la

LANOLINA

20 Mar

O que é?

A “molécula” de hoje é conhecida pelo nome lanolina. O seu nome deriva do Latim: lana = lã e oleum = óleo.
Ela também é chamada de Adeps Lanae, cera da lã, gordura da lã, gordura anidro da lã ou graxa da lã.
É uma substância graxa amarela secretada pela glândulas sebáceas de diversos animais produtores de lã.
A maior parte da lanolina usada pelos humanos vem das criações domésticas de ovelhas.
É quimicamente semelhante à cera, pode ser usada para proteger a pele ou simplesmente como agente
impermeabilizante, e é às vezes usada em protetores labiais e em produtos para polimento de sapatos.
Nas ovelhas, a lanolina auxilia o animal a manter o seu pelo livre de água.
Certas raças de ovelha produzem grandes quantidades de lanolina, e a extração pode ser feita
simplesmente espremendo a lã tosada entre rolos compressores. Normalmente, a lanolina é removida
da lã quando ela é processada para a confecção de têxteis, tais como fios e feltros.

Quimicamente:

Quimicamente, a lanolina é uma cera, que é uma mistura de ésteres ou ácidos graxos com massa
molecular elevada.
Existem mais de 180 diferentes ácidos graxos e de 80 álcoois identificados na composição da lanolina.
O seu ponto de fusão está em torno de 40°C. Ela é insolúvel em água mas forma emulsões estáveis com ela própria.
Também é usada em produtos anti-corrosivos, passando por cosméticos e lubrificantes.
Alguns marinheiros usam a lanolina para criar superfícies escorregadias nos seus propulsores e motores.

Propriedades /Utilizações

As suas propriedades hidrofóbicas fazem-na um ingrediente valioso na fabricação de graxas lubrificantes onde
a corrosão seria um problema, particularmente em aço inoxidável, o qual se torna menos vulnerável à corrosão
quando protegido do oxigénio. Lanolinas de grau médico são usadas na forma de creme para suavizar a pele, já que é hipoalergénica e bacterioscopia. Nessa forma é usada por mães em fase de amamentação para aliviar dores nos mamilos e, também, para evitar gretas causadas pela amamentação. Além disso, é usada no tratamento de lábios rachados, em assaduras de bebés, pele seca e com coceiras, calos, incisões menores, queimaduras leves e abrasões. Muitas variedades de cremes de barbear contém lanolina. Como base de pomadas, é facilmente absorvida pela pele, facilitando a absorção de produtos químicos contidos na mistura. Algumas tradições médicas populares usam lanolina no nariz, em pequenas quantidades, para tratar resfriados. No entanto, é necessário tomar cuidado ao usar lanolina impura, pois corre-se o risco de surgir uma reacção alérgica em pessoas sensíveis. A lanolina é usada, algumas vezes, como material de partida na produção de colecalciferol (vitamina D3). A forma anidra é também usada como lubri􀏐icante de instrumentos musicais de sopro. O uso de lanolina em vestes de lã torna-as impermeáveis à água, como em fraldas de pano, por exemplo.

Utilizações no couro:

Utilizada também na produção de couro.
Para proteger o couro do processo de degradação natural, pode-se tratá-lo com agentes de curtimento natural para criar um produto durável a partir de uma fonte orgânica.
A lanolina é um ingrediente largamente usado em “licores de gordura”, os quais são aplicados após o curtimento a fim de amaciar o couro. Esse processo agressivo filtra a maior parte dos lipídios animais que o couro necessita para permanecer macio e flexível. A umidade e o balanço natural de gorduras precisa ser restaurado após o curtimento para fazer com que o couro fique forte e resiliente.

Lanolina, o que é?

Quimicamente: A lanolina é usada em:

  • tratamento e processamento de couro;
  • óleos emolientes para tratamento de couro envelhecido;
  • produtos para polimento de sapatos, como emulsificante e intensificador de brilho;
  • produtos têxteis, como um emoliente que dá um acabamento suave;

Em tintas, pinturas e vernizes em spray:

  • como agente dispersante, deixa a cobertura da tinta mais homogénea;
  • previne agregação e precipitação de pigmentos, pois melhora o manuseamento das tintas;
  • como agente de diminuição do tempo de secagem;
  • como um inibidor de penetração para tintas;
  • para conferir e controlar a 􀏐luidez;

Em ceras de polimento e abrasivos (como num condicionador e papel):

  • melhorador de maciez do papel;
  • confere resistência a vapores a embalagens de instrumentos cirúrgicos que necessitam de esterilização;
  • cremes industriais de limpeza de mãos e em loções como um agente de super-engorduramento a fim de minimizar o efeito de desidratação dos detergentes;
  • agentes de limpeza de óleo derramado (aqueles que costumam vazar de petroleiros no mar). Os sabões lanolínicos apresentam uma alta capacidade de ligar-se ao óleo derramado;
  • produtos à prova de água;
  • colas para aviação;
  • em ceras para cintos de transporte;
  • graxas especiais, pastas para lubrificação de juntas e de vulcanização, etc.

A lanolina crua constitui aproximadamente 5-25% em peso da lã recém-tosqueada.
A lã de uma ovelha pode produzir em torno de 250-350 mL de graxa recuperável.
A lanolina é extraída por lavagem da lã com água quente com um detergente especial de lavagem para remoção da sujidade, da graxa da lã e dos sais produzidos pelo suor da ovelha.
A graxa da lã é continuamente removida durante esse processo de lavagem por centrifugação,
que concentra a graxa numa substância de aparência cerosa que funde a aproximadamente 38°C.
Como um umidificante natural e protetor da pele, a natureza desenvolveu a cera da lã para amaciar e a proteger.
Como resultado, a lanolina é amplamente usada como emoliente na indústria do couro.

Propriedades das fibras têxteis

19 Mar

Classificação das fibras têxteis:

Podemos classificar as fibras têxteis em dois grupos principais:

– Fibras naturais (que se dividem em fibras proteicas e fibras celulósicas);

– Fibras químicas (que se dividem em fibras artificiais e fibras sintéticas).

FIBRAS NATURAIS

– Proteicas
Origem: animal
O nome proteica vem da palavra proteína, que é a substância básica das fibras de origem animal. Por isso quando esta fibra é queimada tem um cheiro muito característico a unha queimada.
Exemplos de fibras proteicas: lã, seda, moer, caxemira, angorá

Características gerais das fibras têxteis

As fibras têxteis são elementos filiformes caracterizados pela flexibilidade, finura e grande comprimento em relação à dimensão transversal máxima, sendo aptas para aplicações têxteis. Uma fibra para ser considerada matéria têxtil tem de obedecer a determinados requisitos:

– Ter um comprimento mínimo

– Ter uma resistência mínima

– Ter uma determinada extensibilidade

– Ter resistência a determinados agentes físicos e químicos

– Ter afinidade com para os corantes

– Ser produzida em quantidade apreciável e a preço razoável

Além destes requisitos as fibras têxteis devem ter as seguintes propriedades gerais:

– Forma, aspecto microscópico

– Dimensões (comprimento e finura)

– Densidade

– Comportamento com a humidade

– Propriedades mecano-elásticas

– Fiabilidade

– Uniformidade

– Lustro

– Cor

– Rigidez

– Resiliência

– Resistência à abrasão

– Propriedades eléctricas

– Propriedades térmicas

– Propriedades ópticas

– Comportamento à acção dos produtos químicos

Densidade das fibras

Densidade é a razão entre a massa de um determinado volume da substância e a massa de igual volume de água, isto é, o quociente entre a massa e o volume. Os valores das massas volúmicas podem ser determinados com uma grande precisão e por isso as fibras podem ser identificadas a partir das mesmas. O valor de massa volúmica da lã é de 1.32.

Comportamento das fibras com a humidade

As fibras têxteis absorvem mais ou menos humidade do ambiente que as cerca, ficando esta incorporada na sua massa. Diz-se então que uma fibra é mais ou menos higroscópica.
A Higroscopicidade é a capacidade de muitas fibras de absorverem a humidade. Por causa das características higroscópicas das fibras, a humidade penetra na matéria fibrosa, a fibra não dá a sensação de ser húmida ou mesmo molhada. A higroscopicidade e a capacidade de absorção da água das matérias têxteis são propriedades importantes para o aproveitamento e para o seu comportamento no tingimento e acabamento. A roupa de baixo deve ser higroscópica para absorver suor. No tingimento, a capacidade de absorções de água deve ser bastante alta. Roupas de protecção contra a chuva exigem alta higroscopicidade das fibras usadas, porém baixa capacidade de absorção do produto.

Em relação à natureza e origem da fibra existem fibras hidrófilas e fibras hidrófobas. As fibras hidrófilas, como a lã (que têm uma elevada capacidade de absorção), têm capacidade de serem higroscópicas enquanto que as fibras hidrófobas não têm capacidade de serem higroscópicas.

A humidade tem influência nas propriedades das fibras em geral, mas especificamente:

– No conforto dos tecidos durante o uso (a lã absorve humidade e liberta calor, razão porque de inverno se tem a sensação de agasalho com casacos de lã).

– Na resistência das fibras ou dos tecidos (há fibras em que a sua resistência diminui com a humidade, como é o caso da lã).

– Na elasticidade

– No encolhimento

– Na lavagem e secagem

– Na electricidade estática.

A Fibra da Lã

A palavra “lã” emprega-se para designar não só o pêlo dos ovinos, mas também o pêlo de certos animais equiparados, tais como: alpaca, lama, caxemira, cabra angorá, coelho angorá, vicunha, castor, guanaco e lontra. O carneiro é um ovino que apresenta características especiais consoante a sua raça e o seu habitat. Em consequência disso existem inúmeras variedades de lãs.

Introdução histórica

O homem primitivo cedo começou a apreciar o velo do carneiro para o seu vestuário, mesmo antes deste animal ser domesticado e apesar das suas fibras serem grosseiras e compridas. O carneiro foi um dos primeiros animais a ser domesticado, cerca de 4000 anos A.C.
Foi dos rebanhos transumantes que saiu a raça merina espanhola que mais tarde se espalhou por todo o mundo, nomeadamente para a Austrália e África do Sul, principais fontes actuais de abastecimento da indústria de lanifícios.

Principais países produtores de lã:

– Austrália;

– Rússia;

– Nova Zelândia;

– Argentina;

– África do Sul;

– Estados Unidos da América;

– Uruguai;

– Reino Unido;

– Brasil;

– Chile.

Tipos de lãs e suas origens

Lãs de Portugal:

Os ovinos estão espalhados por todo o Mundo. São muitas as raças que existem. Em Portugal também existem alguns tipos de ovinos:

– Tipo merino: existe principalmente no Alto e Baixo Alentejo, Estremadura, Ribatejo e Beira Baixa;

– Tipo cruzado: Existe principalmente no Minho, Beira Litoral, Beira Alta, Estremadura e Baixo Alentejo;

– Tipo churro: Existe no Algarve, Trás-os-Montes, Norte da Beira Baixa e Beira Alta.

Também se encontram no nosso País ovinos de raças estrangeiras (francesas, espanholas, inglesas), que foram trazidos para serem cruzados com ovinos portugueses a fim de se produzirem melhores lãs, velos mais pesados, melhores borregos ou mais leite.

O velo e suas principais características

O velo é o conjunto da lã que tapa o corpo do ovino, no todo ou em parte. Dá-se a mesma designação à totalidade da lã que se obtém da tosquia de cada animal. Nos ovinos de certas raças, o velo cobre o corpo desde o focinho até às unhas, ao contrário do que acontece com os de outras raças que não têm lã na barriga, na cabeça e noutras regiões do corpo.

Características mais importantes do velo:

– Homogeneidade ou uniformidade: um velo é tanto mais homogéneo quanto menor é a diferença de finura e de comprimento entre as fibras da sua lã. Os ovinos das raças mais apuradas são os que têm velos de lã mais igual.
– Densidade ou tochado: um velo é tanto mais tochado ou apertado quanto mais fibras tem por centímetro quadrado. O tochado aprecia-se pela dificuldade de penetrar a mão no velo e de comprimir as suas madeixas.
– Rendimento em lavado: É a relação entre o peso de uma lã em sujo e o peso da mesma lã depois de lavada e limpa.

Tosquia da lã

A tosquia consiste em cortar rente à pele a lã dos animais. É um trabalho de grande importância pois, se é bem feito, contribui muito para a valorização de lã, mas, se é mal feito, pode estragar um produto que demorou um ano a criar. A época do ano em que tem lugar a tosquia varia com as condições climatéricas, pois não convém descobrir o animal cedo de mais nem deixá-lo suportar o calor com o peso do velo. Em Portugal, decorre nos meses de Abril e Maio, estendendo-se para mais tarde, princípios de Junho, nas Beiras e Trás-os-Montes. A operação de tosquia é feita por homens muito experientes denominados tosquiadores.

A tosquia deve fazer-se em recintos apropriados que possuam mesas desbordadoras, depósitos para os velos e prensas de enfardamento. Há tesouras de tosquia manuais e tosquiadeiras mecânicas de comando manual e eléctrico. Para se efectuar a tosquia, os animais devem ser abrigados da chuva desde a véspera, porque a tosquia com a lã molhada é difícil de executar. O tosquiador deve ainda separar antes do início da tosquia, as marcas de tinta que é costume aplicar nas ovelhas a fim de as identificar. Tira-se numa só peça o velo e seguidamente tiram-se todas as outras partes que não devem ficar junto do velo, ou seja: a cabeça, a barriga, a cauda e madeixas queimadas pela urina.

A lã é a fibra animal que constitui a cobertura protectora externa dos ovinos. Assim, a lã ajuda a conservar a temperatura do corpo e, juntamente com o ar que está entre as suas fibras não deixa arrefecer a pele. A fibra lanar é formada de raiz e haste ou coluna.

Componentes fundamentais da fibra de lã:

Morfologia:

A fibra de lã consta de três partes perfeitamente diferenciadas, com distintas propriedades:

– Cutícula (formada pelas escamas características que envolvem a fibra e dispostas como as escamas de um peixe. A cutícula protege a fibra dos agentes exteriores e a sua parte externa ou epicutícula é muito resistente ao ataque químico);

– Cortex (parte principal da fibra de lã, ocupando aproximadamente, 90% do total da mesma e dele dependem a maioria das suas propriedades: resistência, elasticidade, propriedades tintoriais, etc);

– Medula (canal central que se apresenta em certos tipos de lãs e está formada por células medulares de diferente natureza que as do cortex, apresentando-se em geral em lãs médias ou grossas. A presença das fibras meduladas numa lã cria problemas de tingimento).

Composição Química

  • Carbono (50%)
  • Hidrogénio (7%)
  • Oxigénio (22/25%)
  • Nitrogénio (16/17%)
  • Enxofre (3/4%)

A fibra de lã está composta por queratina que é uma proteína rica em enxofre, elemento que não se encontra em qualquer outra fibra.

Propriedades e características da lã

– Cor
– Lustro
– Resistência
– Elasticidade
– Propriedades eléctricas
– Rigidez
– Feltragem
– Recuperação de humidade

Muitas destas características variam de raça para raça, de animal para animal dentro da mesma raça, e no mesmo animal variam com a zona do velo.

Finura: espessura da fibra da lã. O fio fabricado de qualquer quantidade de lã tem tantos mais metros quanto mais fina for a lã. Por isso, a lã fina é de maior valor. O diâmetro das fibras de lã varia grandemente, até dentro do mesmo velo. Estas variações são causadas em parte pelas alterações fisiológicas nos animais devido à nutrição, gestação ou doenças. O comportamento técnico da fibra depende grandemente da sua finura.

Comprimento: Na fibra de lã temos de considerar o comprimento aparente, ou seja, o comprimento sem perda do seu ondulado natural e o comprimento real, isto é, depois da fibra esticada. Ao falarmos no comprimento de uma lã referimo-nos sempre ao real.

Cor e brilho: A cor da fibra de lã pode variar do branco quase puro até ao amarelo, mas o mais frequente é que se apresente num tom marfim após a sua limpeza. Antes do seu processo industrial, algumas lãs devem branquear-se por processos químicos enquanto outras primitivamente brancas ou quase brancas, devido a alterações sofridas durante a armazenagem ou processo de fabricação, requerem o branqueamento no decurso do processo de fabrico. Em geral, o amarelecimento da lã é indício da degradação da mesma, pelo que se devem tomar todas as precauções possíveis para evitar este defeito sob pena de se desvalorizar a matéria-prima e de esta perder de resistência, tacto, afinidade tintorial, etc. A fibra de lã é mais ou menos brilhante segundo a estrutura escamosa externa. As lãs finas e muito frisadas são pouco brilhantes e as grossas pouco frisadas e com escamas aplanadas serão muito mais brilhantes.

Carácter Anfotérico da lã: A fibra de lã poderá comportar-se como ácido se a pusermos em condições em que fique bloqueada e incapaz de reagir os grupos de carácter básico. Pelo contrário, se conseguirmos inibir a acção dos ácidos, deixaremos livres os grupos básicos para actuarem como bases. Diremos assim que a lã apresenta carácter ANFOTÉRICO.

Frisado (ondulação): As fibras de lã apresentam uma certa ondulação natural que varia com as raças do animal, com o habitat, etc…A qualidade de uma lã está relacionada com a respectiva ondulação. Em geral, as lãs mais finas são as mais onduladas. A regularidade do número de ondulações por cm implica regularidade no crescimento da fibra. O ondulado da fibra contribui para o seu toque “cheio” e para o seu comportamento na transformação fabril, daí que, na fabricação das fibras sintéticas é hábito imprimir-se-lhes um certo frisado a fim de imitar o ondulado natural da fibra de lã.

Resistência à rotura: A fibra de lã possui uma resistência não muito elevada. Contudo é suficiente para as aplicações a que se destina compensando este valor não muito elevado com uma preciosa propriedade que é a sua elasticidade.
Elasticidade: Dizemos que um corpo é elástico quando tem a capacidade de voltar ao comprimento inicial após ser estirado. A capacidade de extensão que possui a fibra de lã ao ser submetida a uma carga e a sua aptidão para recuperar o estado inicial uma vez que cesse a carga, é de grande interesse uma vez que ao longo do seu processo de fabricação está submetida a fortes tracções.

Feltragem: Quando a lã na forma de rama, fio ou tecido se aperta e comprime, enquanto está impregnada com uma solução adequada (neutra, alcalina, ou ácida) formando um conjunto compacto com as fibras aderidas entre si, originando um todo fechado, embora poroso, em que as fibras se agrupam de uma forma consolidada umas contra as outras, dizemos que a lã feltrou. A Feltragem é uma característica típica e única da lã, visto que só esta fibra a possui naturalmente. A feltragem é uma forma de encolhimento irreversível e os tecidos ou malhas perdem comprimento e largura, mas ganham espessura. Também a aparência superficial dos tecidos e malhas é modificada, tornando-se incaracterística, isto é, o ponto ou estrutura deixa de se notar. A feltragem é uma propriedade importante para a fabricação de feltros de lã, de flanelas de lã, e usada sob controlo é indispensável como elemento de ligação no acabamento dos tecidos de lã. A operação de acabamento chama-se “batanagem”. Para realizar a batanagem são indispensáveis três factores :

– Calor;
– Humidade;
– Compressão

Além destes factores imprescindíveis na feltragem, existem outros que condicionam o processo e que são o pH do banho, produtos utilizados, máquina, tipo de lã, características de construção dos fios e tecidos, operações a que o tecido fora previamente submetido, etc.

Propriedades da lã

Recuperação de humidade: A lã é a fibra mais higroscópica que se conhece, podendo absorver maior quantidade de água que as restantes fibras naturais e artificiais. As características higroscópicas da lã contribuem para a sua excelência como fibra de artigos de vestuário e para o seu comportamento na técnica da transformação.

Propriedades eléctricas: A lã é má condutora da electricidade e portanto carrega-se de cargas eléctricas durante o seu processamento. Contudo, é possível torná-la mais ou menos boa condutora, por aumento da humidade do ambiente, visto ser uma fibra higroscópica. A lã é resistente à electricidade estática graças ao seu elevado nível de humidade.

Condutividade térmica: A lã apresenta má condutividade térmica, sendo que o ar aprisionado entre as fibras explica as excelentes propriedades de conforto térmico dos tecidos de lã, quando se passa de um ambiente quente para um ambiente frio. A lã, ao absorver humidade, liberta calor. Assim, quando uma pessoa veste um artigo de lã, ao passar de um ambiente quente e seco para outro frio e húmido, o calor libertado pela lã impede uma transição brusca. Por outro lado, os artigos de lã não aderem ao corpo, como as outras fibras humedecidas pela transpiração. São estas qualidades e outras que fazem com que a lã seja considerada de alta qualidade como artigo de vestuário.

Propriedades mecano-elásticas:

A lã apresenta:

– Baixa resistência, mas grande extensibilidade;

– Excelente recuperação de rugas/vincos;

– Alta maleabilidade, fiabilidade, plasticidade e resiliência (capacidade que uma fibra tem de voltar à sua forma inicial após compressão, dobragem ou qualquer outra deformação similar)

– Baixa resistência à abrasão e ao desgaste.

Propriedades ópticas: A lã sofre alterações na sua composição química pela acção da luz devido à libertação de enxofre e formação de ácido sulfúrico. Por esta razão a lã insolada apresenta comportamento diferente de uma lã normal quer no que respeita á sua afinidade tintorial quer nas suas propriedades mecano-elásticas.

 

Para mais informações: http://www.scribd.com/doc/55255135/57/Propriedades-e-caracteristicas-da-la